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Agricultores de café e cana adotam irrigação subterrânea e melhoram produção e economizam água no ES

Plantação de café e de cana-de açúcar no Norte do Espírito Santo já adotaram a medida e tiveram bons resultados. Técnica utiliza mangueira enterrada no solo e leva nutrientes direto para a raiz da planta. Produtores de cana e café aprovam uso de irrigação por gotejamento subterrâneo
A técnica de irrigação subterrânea, conhecida como gotejamento enterrado, começou a ser utilizada em plantações de cana-de-açúcar e café no Norte do Espírito Santo. A prática tem dado bons resultados para produtores, que estão colhendo mais frutos e, ao mesmo tempo, economizam água na propriedade.
Esse tipo de sistema está resente há mais de 20 anos em lavouras brasileiras, mas está sendo testada apenas agora em lavouras das cidades de Linhares e Jaguaré.
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Chamado de Sistema do Gotejo Enterrado (SDI), a prática funciona em diversas plantações, como fruticultura, hortaliças, grãos e culturas perenes, que é justamente as variedades testadas no estado.
Como funciona?
🌱 Mangueiras são colocadas dentro do solo, respeitando a profundidade da cultura utilizada;
📅 O produtor verifica qual tempo de plantio é preciso respeitar para a instalação do processo. 💧No café, por exemplo, a planta precisa ter pelo menos 8 meses;
💧 A água e o fertilizante então são aplicados diretamente na raiz das plantas;
🌾 A prática minimiza o crescimento de ervas daninhas e aumenta produtividade das culturas;
☀️ O gotejo subterrâneo se torna uma opção ideal para regiões de clima tropical e em cultivos de alto valor agregado.
Em Jaguaré, o gotejamento subterrâneo foi implantado no cultivo de café. Já em Linhares, em lavouras de cana-de-açúcar.
Produtores animados com técnica
Na técnica de gotejamento subterrâneo, mangueiras são instaladas embaixo do solo e levam água e nutrientes direto para a raiz da planta em produções do Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
O produtor rural Ataydes Armani contou que começou a implantar a prática há um ano em uma área de 23 hectares de café conilon. As mangueiras utilizadas na produção dele ficam a 15 centímetros dentro do solo.
“A mangueira enterrada ali dá várias condições melhores do seu trabalho no dia a dia. Na hora da capina, da colheita, você tem um custo bem menor de mão de obra e da durabilidade do equipamento. Então é tudo melhor. Tem demonstrado ao longo desse um ano que funciona maravilhosamente bem, como funciona se a mangueira estivesse do lado de fora da terra”, comentou.
O doutor em agronomia Ailton Dias explicou que a técnica além de fortalecer a planta ajuda na economia de água.
“Com isso a gente consegue reduzir a demanda de água, consegue aplicar mais regularmente água e nutrição por força de que estando enterrado o equipamento, os tubos gotejadores ficam protegidos de uma série de avarias que se observa no sistema convencional, como animais que entram na lavoura buscando água e perfuram o tubo ou ferramentas que podem cortar o tubo”, destacou.
Produtor de café em Jaguaré, Espírito Santo, apostou na técnica de gotejamento subterrâneo e viu aumento da produtividade da lavoura
Reprodução/TV Gazeta
Já na plantação de cana-de-açúcar de uma agroindústria, o sistema foi implementado em 2023 e funciona em 250 hectares.
Diferente do café, a irrigação precisa ser instalada antes da plantação ser feita.
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O superintendente executivo da plantação, Rafael Soares Raso, disse que o modelo melhorou a aparência das plantas e fez com que elas crescessem mais do que o normal.
“Nós já implementamos uma parte e vamos continuar implementando nos próximos anos devido aos resultados que nós já tivemos com a primeira etapa. Ele funciona da seguinte forma: nós captamos a água, purificamos ela, adicionamos fertilizantes e com isso a gente consegue mandar para todo o canavial de forma uniforme a mesma quantidade de água e insumos. A gente tem uma produtividade de três a quatro vezes maior do que seria o processo natural de plantio e adubação. Além disso, a gente tem a vantagem de ter o canavial totalmente uniforme”, afirmou.
Produção de cana-de-açúcar viu aumento da qualidade no produto após começar com prática de gotejamento subterrâneo em plantação de Linhares, Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
Com o sucesso da prática nas duas lavouras, os produtores planejam ampliar a área de irrigação ainda este ano.
“Tá dando resultado, vou aumentar pra 46 hectares e também no futuro, já estou começando a preparar a terra para um novo plantio de 55 hectares e a probabilidade é fazer o projeto com aterramento da mangueira”, contou o produtor rural Ataydes.
“Colhemos a primeira safra nossa no ano passado e a produtividade média daquele canavial era de 40 toneladas por hectare e mesmo colhendo um pouco antes do tempo, por outras razões, a gente conseguiu um crescimento para 120 toneladas por hectare. Nossa expectativa para esse ano é ter uma média de pelo menos 140 toneladas por hectare”, complementou o superintendente executivo.
Produtor de cana-de-açúcar em Linhares disse que a técnica de gotejamento subterrâneo melhorou qualidade da planta
Reprodução/TV Gazeta
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Fonte:

g1 > Agronegócios

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