“Essa era mais uma manobra desse governo para prejudicar o produtor rural”
Durante sessão que ocorreu na Câmara dos Deputados, parlamentares aprovaram Projeto de Decreto Legislativo (PDL), de autoria do deputado federal Rodolfo Nogueira (PL-MS), que prevê barrar o aumento do IOF do governo federal. A votação foi expressiva, com 383 votos favoráveis contra 98 votos contrários.
O relator do PDL é o deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL- RO) que leu o relatório em plenário, confirmando autoria de Nogueira, de um dos projetos aprovados na forma do substitutitivo (PDL 224/2025)
A surpresa foi grande ao verem que o presidente Hugo Motta pautou a matéria para ser apreciada nesta quarta-feira (25), sinalizando mais uma derrota a Lula.
“Hoje é o aniversário de 40 anos do Partido Liberal, mas quem está ganhando um presente é a população brasileira que não aguenta mais pagar impostos”, declarou Rodolfo Nogueira, autor da proposta que derruba estratégia de Lula.
A proposta de Nogueira tem como objetivo sustar o decreto nº 12.466 do governo federal que prevê o aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF). O decreto de Lula prevê arrecadação de 122% a mais neste imposto. O Congresso Nacional tem mais de 20 projetos para barrar aumento do IOF. A proposta de Nogueira reforça a rejeição a esse decreto do governo.
“Esse PDL é importante para o setor, o agronegócio vem pagando os juros mais altos do mundo aqui no Brasil, para produzir alimentos e hoje nós vemos essa realidade que é o aumento do IOF. Na verdade, hoje, a maioria dos produtores estão utilizando as cooperativas de crédito para conseguir juros mais baixos, a gente acaba caindo no Sicred, Sicoob, enfim. E esse decreto do Lula, de aumento do IOF, vai atingir diretamente essas cooperativas que o agro usa como captação de recursos e juros mais baratos no mercado. Sicred e Sicoob com seus movimentos acima de cem milhões de reais vai ser impactado diretamente porque eles são isentos, zero por cento de IOF e vai passar alíquota máxima de 3,95%, ou seja, esse juros vai passar diretamente para o produtor rural. É mais uma manobra desse governo para prejudicar o produtor rural desse país, aquele que sustenta a mesa do brasileiro”, explicou Nogueira.
O parlamentar, que também é presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) alertou para a alta nos preços dos alimentos, caso o decreto de Lula prevalecesse, pois a ação vai gerar aumento no crédito rural para bancos e cooperativas de crédito.
Apesar das críticas e do recuo parcial do IOF, em que o governo voltou atrás no aumento da Tributação de Aplicações de Fundos Nacionais no Exterior, mantendo alíquota zero e nas remessas de Pessoas Físicas para Investimentos no Exterior, Lula manteve o imposto sobre Crédito para Empresas, em que empresas em geral terão a alíquota anual máxima de IOF elevada de 1,88% para 3,95%. Para empresas do Simples Nacional, a alíquota sobe de 0,88% para 1,95% ao ano. Cooperativas de crédito com operações acima de R$ 100 milhões anuais passam a ser tributadas como empresas comuns.
O setor produtivo também reagiu negativamente ao manifestar preocupação com o aumento do IOF, destacando a elevação dos custos de créditos e investimentos. O aumento das alíquotas do IOF pode elevar os custos de crédito em mais de 110% ao ano, dificultando o acesso a financiamentos para investimentos no setor agropecuário, resultando em uma insegurança jurídica e tributária.
A proposta segue para ser apreciada no Senado, caso aprovada, o decreto do IOF do governo federal é derrubado.