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México supera EUA como 2º maior comprador da carne bovina brasileira, após tarifaço

Carne bovina.
Emerson Vieira/Unplash
O México passou a ser, em agosto, o segundo maior destino da carne bovina brasileira, ultrapassando os Estados Unidos. A queda nas exportações para os EUA ocorreu após o governo Donald Trump impor tarifas ao produto.
A China segue como principal compradora da carne bovina do Brasil.
Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (27) pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).
A mudança ocorre acontece no mesmo momento em que o o vice-presidente Geraldo Alckmin lidera uma missão ao México para buscar novos mercados e reduzir os efeitos das tarifas impostas pelos EUA.
A conjuntura coincide com uma missão brasileira liderada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin ao México, iniciada nesta quarta, em busca de novos mercados que possam amenizar o impacto do tarifaço.
A carne bovina brasileira, que já pagava uma taxa de 26,4% fora de uma cota isenta, passou a enfrentar um tributo adicional de 50% com o governo Trump.
O Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina.
De 1º a 25 de agosto:
os exportadores brasileiros enviaram 10,2 mil toneladas de carne para o México, o equivalente a US$ 58,8 milhões;
já os embarques do Brasil para os EUA, que puderam ser feitos sem a tarifa maior até 6 de agosto, caíram para 7,8 mil toneladas, e somaram US$ 43,6 milhões, no mesmo período;
os norte-americanos também foram superados pela Rússia e Chile, ambos com 7,9 mil toneladas.
A Abiec ressaltou que os embarques para os mexicanos já vinham crescendo.
De janeiro a julho deste ano, o Brasil exportou 67.659 toneladas de carne bovina ao México (US$365 milhões), quase o triplo do volume do mesmo período do ano passado. No acumulado dos sete primeiros meses do ano, o país havia sido o quarto maior destino da exportação da proteína brasileira, atrás da líder absoluta China, dos EUA e do Chile.
Os volumes se comparam com cerca de 46 mil toneladas enviadas ao México em 2024 e apenas pouco mais de 5 mil toneladas em 2023.
Entre as prioridades da Abiec no México estão a negociação, junto com o governo brasileiro, de um tratado de livre comércio que dê maior previsibilidade e competitividade às exportações do Brasil, afirmou a associação.
A ideia é ainda garantir a renovação por mais dois anos do chamado Pacote Contra a Inflação e a Carestia no México (Pacic), “fundamental para manter a isenção tarifária de insumos essenciais à cesta básica mexicana”, disse a Abiec.
O país quer também “ampliar o número de frigoríficos brasileiros habilitados a exportar, diversificando fornecedores, fortalecendo a segurança alimentar do México e consolidando o Brasil como parceiro estratégico”, afirmou o presidente da Abiec, Roberto Perosa, segundo nota encaminhada à Reuters.
Questionado se o México poderia substituir os EUA, a Abiec afirmou que “não há como falar em substituição”.
“Os EUA são um grande e importantíssimo mercado para o Brasil. Por isso, seguimos dialogando com o governo brasileiro e com os importadores americanos para que essa relação comercial se restabeleça plenamente, como sempre foi”, disse Perosa.
Em 2024, o Brasil respondeu por 23,5% das importações mexicanas de carne bovina, afirmou a associação.
A Abiec ressaltou também que o México é o 8º maior destino do agronegócio brasileiro, com participação de 1,87%.
Os principais produtos exportados pelo Brasil aos mexicanos são, além de carne bovina, carnes de frango e suína, complexo soja, produtos florestais, café, entre outros.
Mas a carne bovina respondeu, em 2025, por 20% de tudo que o agronegócio do Brasil exportou ao México, disse a Abiec.
Entenda o impacto do tarifaço de Donald Trump para o agro do Brasil

Fonte:

g1 > Agronegócios

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