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Autismo: o que é, características, causas, diagnóstico e convivência

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento que acompanha a pessoa durante toda a vida. Ele afeta principalmente a comunicação, a interação social e o comportamento, mas se manifesta de maneiras muito diferentes de pessoa para pessoa. Por isso chamamos de “espectro”.
O que é o autismo
O TEA envolve diferenças no funcionamento do cérebro, que influenciam a forma como a pessoa percebe o mundo, aprende, se comunica e reage aos estímulos ao redor. O autismo não é doença, nem tem cura — é uma forma de neurodiversidade. O foco do tratamento é promover autonomia e qualidade de vida.
Principais características
Embora cada pessoa seja única, alguns sinais são comuns:
A) Comunicação e interação
Dificuldade em iniciar ou manter conversas
Pouco uso de gestos, expressões e contato visual
Dificuldade para entender ironias, duplos sentidos e regras sociais
Interesse intenso por determinados assuntos
B) Comportamentos e sensibilidade
Movimentos repetitivos (como balançar as mãos)
Necessidade de rotina e resistência a mudanças
Forte sensibilidade a sons, luzes, cheiros ou texturas
Foco profundo em atividades específicas
Causas do autismo
As causas do autismo ainda não são totalmente conhecidas, mas a ciência já sabe que:
É genético em grande parte — há combinação de muitos genes
Não é causado por vacinas
Não é causado pela criação dos pais
Fatores biológicos durante a gestação também podem influenciar
Não existe um único “motivo” para o autismo — é multifatorial.
Diagnóstico
O diagnóstico é clínico, feito por profissionais como:
Neuropediatra
Psiquiatra
Psicólogo
Avaliam-se:
Desenvolvimento da linguagem
Interação social
Comportamentos repetitivos
Sensibilidades
Ferramentas como ADOS e CARS podem ser usadas, mas não existe exame de sangue ou tomografia que “mostre” o autismo.
Níveis do TEA
Segundo o DSM-5, o autismo pode ser classificado em três níveis:
Nível 1: precisa de pouco apoio; comunicação funcional; pode ter dificuldades sociais sutis
Nível 2: apoio substancial; maior dificuldade de comunicação e mudanças
Nível 3: apoio muito substancial; comunicação limitada e comportamentos bem intensos
Importante: o nível não define inteligência, e pode mudar ao longo da vida.
Habilidades e pontos fortes
Pessoas autistas muitas vezes apresentam:
Grande capacidade de concentração
Honestidade e pensamento lógico
Memória detalhada
Criatividade e hiperfoco
Talentos em áreas como música, tecnologia, matemática, artes ou padrões visuais
O autismo não é só dificuldades — há também potenciais importantes.
Tratamento e intervenções
Não existe “cura”, mas existem terapias que ajudam no desenvolvimento:
Terapia comportamental (ABA)
Fonoaudiologia
Terapia ocupacional (com integração sensorial)
Psicoterapia
Acompanhamento pedagógico e apoio escolar
O objetivo é aumentar autonomia, comunicação e qualidade de vida.
Direitos da pessoa autista (Brasil)
A Lei 12.764/2012 garante que pessoas com TEA tenham:
Atendimento prioritário
Carteira de Identificação da Pessoa com TEA (CIPTEA)
Acompanhamento escolar e adaptações
Benefício de Prestação Continuada (em alguns casos)
Atendimento pelo SUS
Direito a acompanhante terapêutico na escola, quando necessário
Autismo na vida adulta
O autismo não desaparece na vida adulta. Muitos adultos:
Descobrem o diagnóstico tardiamente
Trabalham, estudam, casam e têm filhos
Precisam de adaptações sensoriais e sociais
Podem enfrentar estresse, ansiedade e sobrecargas
A sociedade tem avançado, mas ainda existe muito preconceito.
Convivência com pessoas autistas
Algumas atitudes ajudam muito:
Respeitar limites sensoriais
Ser claro na comunicação
Evitar mudanças bruscas sem aviso
Não forçar contato físico
Incentivar interesses
Compreender que comportamentos repetitivos muitas vezes servem para autorregulação
Empatia e informação são essenciais.
Conclusão
O autismo é uma forma legítima de existir no mundo. Pessoas autistas têm desafios específicos, mas também habilidades únicas. O mais importante é promover respeito, inclusão e apoio adequado para que cada uma possa desenvolver seu potencial e viver com autonomia e dignidade.

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