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Redução da tarifa por Trump: veja perguntas e respostas sobre a decisão dos EUA e os impactos para o Brasil

EUA reduzem tarifa para café, carne, banana e açaí
Os Estados Unidos reduziram as tarifas de importação de cerca de 200 produtos alimentícios, na noite da última sexta-feira (14). Com a decisão, as taxas para o Brasil caíram de 50% para 40%.
Segundo o Ministério da Agricultura, a ordem abrange apenas as taxas de reciprocidade — que, no caso do Brasil, responde por uma taxa de 10% imposta pelo republicano em abril deste ano.
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Para exportadores de carne, café e frutas, a redução das taxas anunciadas por Trump ainda é insuficiente e mantém o Brasil em desvantagem competitiva em relação aos seus pares. (Entenda mais abaixo)
Segundo o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, apesar de a redução das taxas ser positiva para o país, o governo “continuará trabalhando” para que as tarifas continuem a cair.
Entenda nesta reportagem qual foi a decisão dos Estados Unidos e o que isso significa para o Brasil.
O que os EUA decidiram sobre as tarifas impostas ao Brasil?
A Casa Branca anunciou, na noite de sexta-feira (14), uma redução nas tarifas de importação de cerca de 200 produtos alimentícios. Entre os produtos, estão:
café e chá;
frutas tropicais e sucos de frutas;
cacau e especiarias;
bananas, laranjas e tomates;
carne bovina; e
fertilizantes adicionais.
Para o Brasil, especificamente, a decisão afeta principalmente as exportações de café, carne, açaí e manga, por exemplo, que são alguns dos produtos vendidos pelo país aos norte-americanos.
A redução das taxas abrange as chamadas tarifas de reciprocidade, que foram impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, a diversos países em abril. No caso do Brasil, elas foram de 10%. Com a decisão, as taxas sobre as exportações brasileiras caíram de 50% para 40%.
Por que a redução das taxas não agradou exportadores e a indústria?
Em entrevista ao g1, o diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Marcos Matos, afirmou que a redução das taxas trouxe uma desvantagem competitiva para o Brasil em relação a seus principais concorrentes.
Isso porque muitos dos países que também vendem produtos aos Estados Unidos já conseguiram avançar nas negociações com os norte-americanos, diferente do Brasil.
“Muitos já tinham acordo bilateral formado, outros estavam com 10% [de taxa], como a Colômbia e a Etiópia”, explicou o diretor. Assim, enquanto a redução anunciada por Trump baixou as taxas do Brasil de 50% para 40%, outros países tiveram suas taxas zeradas.
Já representantes da indústria alertaram que a decisão de retirar as taxas de 10% mostram a urgência de o Brasil conseguir avançar nas negociações para remover as taxas de 40% que ainda incidem sobre as exportações brasileiras.
“Países que não enfrentam essa sobretaxa terão mais vantagens que o Brasil para vender aos americanos”, afirmou o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban.
“É muito importante negociar quanto antes um acordo para o produto brasileiro voltar a competir em condições melhores no principal destino das exportações industriais brasileiras”, completou.
De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a medida de Trump se aplica a 80 itens agrícolas vendidos pelo Brasil aos Estados Unidos. Porém, somente quatro produtos – três tipos de suco de laranja e castanha-do-pará – ficam isentos de taxas.
Conforme a entidade, os outros 76 itens, que incluem carne bovina e café, tiveram redução de tarifas, mas ainda vão enfrentar 40% de taxa para entrar no mercado americano.
Em entrevista a jornalistas neste sábado (15), o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, afirmou que a redução das taxas está “na direção correta”, mas reiterou que ainda existe uma “distorção” que “precisa ser corrigida”.
O que acontece agora?
Segundo Alckmin, o governo brasileiro continuará trabalhando para reduzir as tarifas impostas por Trump.
“Vamos continuar trabalhando. A conversa do presidente Lula com Trump foi importante no sentido da negociação e, também, a conversa do chanceler Mauro Vieira com o secretário Marco Rubio”, acrescentou o vice-presidente.
🔎De acordo com o governo, a redução da tarifa de 10% aumentou o percentual dos produtos brasileiros que não estão sujeitos a tarifas adicionais de 23% para 26%. Com isso, cerca de US$ 10 bilhões das exportações brasileiras para os EUA estão isentas.
O presidente Donald Trump na Casa Branca em 7 de outubro de 2025
REUTERS/Evelyn Hockstein
Em que pé estão as negociações entre Brasil e Estados Unidos?
Nas últimas semanas, o governo brasileiro vinha articulando uma flexibilização do tarifaço com os representantes do comércio norte-americano. O principal avanço veio no final de outubro, quando o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), fez uma reunião bilateral com Trump na Malásia.
O encontro, que durou cerca de 45 minutos, foi o primeiro entre os dois desde uma rápida conversa durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em setembro.
Depois da reunião, em um evento com empresários na Malásia, Lula se disse agradecido e afirmou que ele e Trump conseguiram “fazer uma reunião que parecia impossível”.
*Esta reportagem está em atualização

Fonte:

g1 > Agronegócios

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