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Menstruação é falar sobre humanidade

A menstruação, apesar de ser um processo biológico natural e essencial à vida, ainda é cercada por tabus profundamente enraizados em muitas culturas. Esse silêncio imposto historicamente transforma algo comum em motivo de vergonha, desconforto ou segredo — e é justamente essa contradição que torna o tema tão urgente.
Durante séculos, crenças equivocadas associaram a menstruação a impureza, fragilidade ou descontrole emocional, criando barreiras para que meninas e mulheres pudessem falar abertamente sobre o próprio corpo. Muitas crescem ouvindo que “não é assunto para comentar”, escondendo absorventes como se fossem algo proibido ou vivendo seus ciclos com medo de julgamento. Esse tabu não apenas afeta a autoestima, mas também impede o acesso à informação, o que pode gerar dúvidas, inseguranças e até problemas de saúde por falta de orientação adequada.
O silêncio cultural também reforça desigualdades. Em muitas comunidades, falar sobre menstruação é tão proibido que meninas faltam à escola por não terem recursos ou apoio. Mulheres evitam buscar ajuda médica por vergonha. Conversas simples, que poderiam trazer conforto e conhecimento, acabam substituídas por mitos que perpetuam estigmas.
Romper o tabu da menstruação é reconhecer que ela é um processo biológico, não moral. É abrir espaço para diálogos francos, educação menstrual e políticas que garantam dignidade. Ao transformar silêncio em conversa, vergonha em conhecimento e isolamento em acolhimento, a sociedade dá um passo importante em direção ao respeito, à saúde e à igualdade.
Falar sobre menstruação é falar sobre humanidade — e quanto mais natural for esse diálogo, mais livre e informada será a vida de todas as pessoas que menstruam.

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